17 agosto

Por que eu codo as coisas?

Originalmente publicado no Substack em Julho de 2025.

I.

Você já se pegou pensando no motivo de fazer isso ou aquilo... alguma coisa que você faz sem pensar no motivo enquanto faz?

Eu nunca estudei programação, mas sempre fui fascinado por criação de coisas na internet, acho que desde sempre. Lembro que em 2000 e alguma coisa eu já blogava, ou melhor flogava (quem se lembra do Flogão?). Mas foi em 2006 com o Blogspot que tudo mudou, pois você não apenas tinha o seu blog, como podia deixar ele do jeito que quisesse.


Alterar cores, reorganizar os elementos, a parada era o Neocities versão BR. E falo mais, essa época não era só incrível pelas pessoas genuinamente escreverem e lerem coisas—não se fazia grana com conteúdo em blog, não havia ânsia de views, a monetização das coisas ainda era mato para os meros mortais. Você criava suas coisas, visitava outras páginas, interagia com interesse real e criava essas conexões de interações, de novo, com interesse real—, mas pelo fato de existir uma identidade digital delas. O seu site, era sua cara! As pessoas visitavam e navegavam por algo que você manipulava e organizava como queria. Com as redes sociais, isso FOI PRA VALA. Nós trocamos a alteridade, pela uniformidade e saturação.

Como conectar um Kinect XBOX usando USB (prep. de arte interativa com TouchDesigner)

Há algumas semanas venho me coçando pra descolar um Kinect de XBOX. Ou melhor, faz algumas semanas que eu estou nessa espécie de hiperfoco com arte digital interativa e consumindo horrores de vídeos no TikTok de tutoriais de TouchDesigner. E tudo bem se tu não faz ideia do que seja isso, ou mesmo Kinect, pois essa publicação está prestes a ficar interessante... prometo!

Kinect é uma câmera do videogame XBOX 360 e ONE que captura e reconhece movimentos. E TouchDesigner é um software de programação visual (a galera usa para criar conteúdo/arte multimedia e interativa em tempo real—como a imagem acima, que é uma projeção na qual o público consegue interagir). Okay, agora que você tem o contexto, vamos lá.

22 julho

Amostras do Amontoado — Notas sobre a reciclagem dos restos de uma cultura remixada, por Bernard Schütze (2003)

 

Texto original — Samples From the Heap: Notes on recycling the detritus of a remixed culture, de Bernard Schütze na Horizon Zero - Issue 8: Remix - Generate | Regenerate | Transform - Abr/May 2003  — https://web.archive.org/web/20080527204656/http://www.horizonzero.ca/textsite/remix.php?is=8&art=0&file=5&tlang=0.

Obs:. Eu li esse texto há algum tempo atrás ainda em junho de 2025, estava estudando sobre a cultura da remixagem e tal para um projeto machinima e encontrei ele graças ao Wayback Machine. Infelizmente, a página original dessa postagem não existe mais, mas felizmente o Wayback conseguiu preservar uma cópia. Não encontrei traduções e como apenas no Wayback é possível encontrar o original, resolvi compartilhar aqui com vocês para que ele continue vivendo. Esse texto é parte de uma revista que foca em discussões em torno do Remix, super interessante e dá pra navegar nela no link que deixei ali em cima!

Tanto o título original quanto o subtítulo não foram traduzidos literalmente, pois o sentido ficaria esquisito no português. A melhor tradução para “heap” no título, seria “pilha”, mas foi traduzido como “amontoado” para dar melhor ideia de coisas empilhadas juntas. Enquanto “detritus” seria “detrito”, mas vem aqui como “restos”, a partir da ideia de algo que foi desconstruído, não necessariamente “destruído”. 

Alguns termos no meio do texto, como “dub”, “copyleft”, etc., não foram traduzidos, mas terão notas com os significados devido à complexidade e possibilidade de erro de significado real se forem traduzidas. Assim, mantive as palavras não traduzidas entre "aspas" e adicionei um glossário ao final do texto. É isso. Boa leitura!

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Amostras do Amontoado

Notas sobre a reciclagem dos restos de uma cultura remixada por Bernard Schütze

Misturar, misturar de novo, remixar: "copyleft", copiar e colar, quebra-cabeça digital, "cross-fade", "dub", mexer nos controles, "drop the needle", girar, fundir, "morph", "bootleg", piratear, plagiar, enriquecer, "sample", desconstruir, remontar, multiplicar a fonte de entrada, fundir a saída, decompor, recompor, apagar fronteiras, remixar novamente. Essas são algumas das muitas ações possíveis envolvidas no que pode ser amplamente rotulado como “cultura remix”—um termo abrangente que cobre uma vasta gama de posturas e iniciativas como: "plunderphonics", detritus.net, cultura recombinante, "open source", "compostmodernism", "mash-ups", "cut-ups", "bastard pop", covers, mixologia, "peer to peer", "creative commons", “surfar, samplear, manipular”, e "uploadphonix".

15 julho

What Hides in the Dark

Neste post, eu vou contar um pouco sobre What Hides in the Dark , um jogo que criei em uma game jam e brevemente minha falha ao "expandir", porém, minha fortuna ao transformar esse jogo em algo ainda mais interessante, um TTRPG de diário.

Há algum tempo eu criei esse jogo. A ideia era fazer um jogo pequeno, em uma única página, e assim, aproveitei um antigo e inacabado jogo que estava na gaveta, mas tinha uma temática interessante: você se perdeu em uma floresta que não quer que você escape dela.

A primeira versão do jogo tinha algumas falhas. Ele tinha o formato panfleto, com algumas características de TTRPG misturado com paragraph based de livro-jogo. Esse é um estilo complicado de criar, pois você precisa criar a história principal, os ramos que fluem a partir dela e também lidar com becos sem saída. No final, acabei criando alguns loops dentro dos parágrafos, vários parágrafos com morte instantânea e algumas nomenclaturas de status que estavam confusas. Ainda assim ficou "jogável". Porém, eu queria expandir esse jogo, pois havia essa atmosfera interessante e misteriosa de se estar em uma floresta fantástica e ter que fugir criando um mapa usando constelações.


10 julho

Quatro Linhas (2025)

 


Ao chegar em casa, uma garota mergulha em emoções enquanto conversa com seu melhor amigo, até que as mensagens se tornam um gatilho desastroso..

É difícil explicar o número de causas que levam ao isolamento. Não apenas o isolamento social, mas também o psicológico. Hoje, mais conectados do que nunca, encontramos conforto na solidão, e torna-se tão difícil deixá-la que nos agarramos ao etéreo, ao sintético, ao pixel. Penso que podemos e devemos refletir sobre isto nos mais variados e possíveis aspectos, e também dói.

✨ Selecionado no Festival Araucária dos Campos Gerais 2025.
✨ Selecionado no Lift-Off Network - Sessions 2025.
✨ Selecionado no Festival Interamericano de Cinema - LUMIAR 2025.
✨ Selecionado na Mostra do Filme Independente - MOFIN 2025

Equipe:
Julia Testoni: Interpretação, figurino e produção
Loui: Assist. de direção e roteiro, cap. de som e produção
Maju Ribeiro: Edição e produção
Rosana Oliveira: Assist. de direção, roteiro e produção
Ruan Galvão: Mixagem, música e produção
Uoshi: Direção, edição, fotografia, roteiro e produção

Equipamento:
Câmera Sony Nex 5n
Lente Sony 16-50mm E-mount OSS
Mic Shotgun KSR KT81