18 novembro
Despedaços
10 outubro
Somos artistas de merda
Me perdi olhando pela janela do 13º andar hoje. Choveu no Centro da cidade, meus pés molharam, mas tudo bem. Lembrei de algo precioso, que talvez tenha ficado no passado e senti aquela ansiedade pois não fiz o suficiente para que permanecesse no agora.
05 outubro
Rotina em curto (como adaptar/destruir uma câmera com circuit bending)
27 setembro
Pare de fazer
Acho que esse post é só um lembrete ou uma memória, não sei, pode ser qualquer coisa, mas é sobre ter sucesso em falhar.
É isso. Perdi as contas de quantas coisas planejei, comecei, experimentei, e em praticamente tudo, eu falhei. Mas falhar não é ruim, é apenas um aprendizado sobre o que eu quero mesmo dar continuidade ou o que eu tentei e tudo bem se não é para ser. Não acredito em destino, mas aprendi a acreditar em "um dia de cada vez".
E qual o motivo disso importar? Bom, levei muitos anos, a vida toda, pra entender — e ainda estou digerindo, que eu não preciso fazer nada e posso fazer nada sem culpa. Na verdade, esse fazer nada sempre foi o que me apavorou. Precisava estar sempre produzindo, criando, compartilhando, tentando isso ou aquilo, preenchendo um vazio que acredito ser comum para todo mundo.
Até que me caiu a ficha que o vazio não é um vazio, ele não precisa ser preenchido. O silêncio pode ser silencioso, a solidão pode ser solitário, é redundante, mas nos esquecemos disso. Esquecemos como é apenas estar, apenas sentir, apenas viver.
Melancolia Pós-Moderna Contemplativa
No final de setembro publiquei meu primeiro artigo científico na revista Coletivo Cine-Fórum. Esse texto é bem especial, eu produzi no primeiro ano do mestrado quando ainda pesquisava sobre o processo criativo do diretor Jim Jarmusch (okay, se você não conhece, para tudo e vai ver uma filme dele, depois volta aqui <3). Eu sempre me amarrei em algo bem singular do cinema dele, uma melancolia e nostalgia em relação aos espaços urbanos e a poética do tédio... não é tão complexo quanto parece, e nesse texto eu tento explorar isso a partir de algumas teorias bem legais, como o pós-modernismo de Fredric Jameson, que muita gente disse que é batido, mas mano, o bagulho ainda pulsa. Também a perspectiva de melancolia a partir dos estudos de Julia Kristeva, que é sensacional, e também o prazer da imagem da Laura Mulvey.
A ideia é observar como a pós-modernidade nos coloca nesse estado de melancolia, muitas vezes sentindo saudades ou um "buraco", uma nostalgia, de algo que sequer vivemos, e acaba que isso nos leva a experimentar um tipo de contemplação. Esse rolê é observado a partir de alguns personagens dos filmes Ghost Dog (1999), Only Lovers Left Alive (2013) e Paterson (2016) do Jarmusch, que ilustram perfeitamente esse feeling, que meio que se torna parte do estilo cinematográfico do diretor.
No resumo, tem esse recorte que talvez dê até mais sentido pra tudo isso: "Analisa-se a desconexão e introspecção dos indivíduos diante da superficialidade da sociedade pós-moderna, bem como o papel da arte, filosofia e poesia como "pontes" para a reconexão", sendo essa reconexão, um tipo de retomada da vida sensível.
Sem mais spoilers, fica o convite para você acessar o link e conferir o artigo. A leitura parece longa, mas são 16 páginas com fonte grande e bem espaçada, tem imagens, por isso parece grande, mas é rápida e bem tranquila.
Boa leitura, depois volta aqui me contar o que achou!
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