20 novembro

Carta aberta para quem eu disse 'eu te amo'

É indescritível quando estou com vocês. 

McCandless escreveu que 'a felicidade só é real quando compartilhada' e existe uma verdade absoluta nisso. Tão absoluta quanto a solitude ser uma virtude é mentira. 

Há espaços na solitude que são como o golden ticket, onde temos tempo para respirar, para refletir sobre nós mesmo e com nós mesmo.

Mas existe também uma confusão, uma hiper estima ou expectativa de que estar só seja um momento quase transcendente. Não é. Há um prazer no recolhimento que sinto ser semelhante com a melancolia, nostalgia ou qualquer merda como essa. Eu entendo que precisamos de momentos para nós, mas a felicidade de McCandless é algo que pulsa na partilha e é nesse ponto que nós todos falhamos.

18 novembro

Despedaços

Dizem que nada é como a liberdade, mas poucas coisas parecem tão absurdas quanto pensar em liberdade.

Todas as noites meu suor azedo é um repúdio ao ontem, amanhã e ao agora, enquanto a liberdade se desfaz em uma corrente que me prende em uma realidade incapaz de preencher meus vazios.

E eu tento, com futilidades.

10 outubro

Somos artistas de merda

Me perdi olhando pela janela do 13º andar hoje. Choveu no Centro da cidade, meus pés molharam, mas tudo bem. Lembrei de algo precioso, que talvez tenha ficado no passado e senti aquela ansiedade pois não fiz o suficiente para que permanecesse no agora.


Você sabe o que eu quero dizer.

05 outubro

Rotina em curto (como adaptar/destruir uma câmera com circuit bending)

Circuit bending é uma técnica curiosa, ela vem dá música e é basicamente uma modificação/criação de instrumentos eletrônicos provocando "curtos" propositais pra ter resultados únicos e experimentais. A tradução seria algo como "dobrar" ou "torcer" circuitos, o que também é legal, pois você literalmente distorce a conexão entre os circuitos eletrônicos fazendo contato entre fios que não deveriam se conectar.

O termo foi cunhado lá em 1992 (ano que eu nasci :D) pelo artista Reed Ghazala, mas ele já vinha praticando e fazendo experimentos desde a década de 1960. Encontrei no canal da Motherboard no YouTube um vídeo bem legal sobre ele, vou deixar aqui pra você (ele é em inglês, mas dá de boa pra ativar a legenda e tradução).


27 setembro

Pare de fazer

Acho que esse post é só um lembrete ou uma memória, não sei, pode ser qualquer coisa, mas é sobre ter sucesso em falhar.

É isso. Perdi as contas de quantas coisas planejei, comecei, experimentei, e em praticamente tudo, eu falhei. Mas falhar não é ruim, é apenas um aprendizado sobre o que eu quero mesmo dar continuidade ou o que eu tentei e tudo bem se não é para ser. Não acredito em destino, mas aprendi a acreditar em "um dia de cada vez".

E qual o motivo disso importar? Bom, levei muitos anos, a vida toda, pra entender — e ainda estou digerindo, que eu não preciso fazer nada e posso fazer nada sem culpa. Na verdade, esse fazer nada sempre foi o que me apavorou. Precisava estar sempre produzindo, criando, compartilhando, tentando isso ou aquilo, preenchendo um vazio que acredito ser comum para todo mundo.


Até que me caiu a ficha que o vazio não é um vazio, ele não precisa ser preenchido. O silêncio pode ser silencioso, a solidão pode ser solitário, é redundante, mas nos esquecemos disso. Esquecemos como é apenas estar, apenas sentir, apenas viver.