23.5.15

Cine & Book: A natureza aos olhos de Christopher McCandless

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Quem acompanha o blog desde o início sabe que já fiz este post sobre Into The Wild, porém como ele estava lá, perdido, decidi refazê-lo, mas adaptando para a nossa querida tag Cine & Book :D Então espero que gostem. Eu tenho o livro, o filme, até o cd da trilha sonora, de fato é uma história impressionante, quem conhece, curta e relembre, e quem ainda não conhece, se delicie e depois de ler, corre assistir ao filme LOL

 Vamos lá! 
    


A sociedade é sufocante, o teatro vivido todos os dias para encenar a vida de uma família feliz é nauseante, tanto o vivendo como o observando de fora. As pessoas se enganam cada vez mais, rodeadas por falsidades e mentiras e afundam-se numa cova sem fim que elas mesmo cavam. Aí vem aquela necessidade de deixar tudo de lado, experimentar o simples, tentar se conectar com algo que há muito está perdido, excluído, vem a vontade de sentir um novo ar, ver uma nova cor, sentir um calor diferente. A boca seca e o coração dispara, a escolha é difícil, muitas coisas nos prendem ao sistema, ao cotidiano, esse falso sentimento de segurança, principalmente. Mas é preciso, em alguns momentos, bater de frente com si mesmo para descobrir qual será o próximo passo, então você olha suas opções e cria ainda mais dúvidas, mas aos poucos, com uma passo de cada vez, você começa a enxergar a luz no fim do túnel e escolhe... A segurança é claro.

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Cargas de dúvidas, repulsas, questões inquietantes. Algumas pessoas simplesmente se desprende disso tudo, traçam novos rumos em suas vidas, com o medo na retaguarda e uma ambição natural que transcende qualquer reflexão. Não é fácil compreender como algumas pessoas largam tudo, o cotidiano, a rotina, o materialismo (não total), e aventuram-se em uma vida "livre". Quando nos desprendemos de tudo, caímos no mundo, ficamos vulneráveis, mas será que pode ser mais vulnerável do que estar no mundo hardcore em que vivemos? Como eu disse, são muitas questões, e algumas delas serão triviais na vida de Christopher McCandless.

“Happiness only real when shared.”¹

Quando li Into The Wild (Na Natureza Selvagem), fiquei fascinado pela forma como Jon Krakauer apresentou a aventura do Chris. Não será spoiler se eu disse que ele morreu, pois é esse um dos pontos principais da história, portanto ele não teve a chance de contar como tudo realmente aconteceu, mas pelos relatos colhidos, fragmentos de textos e tudo o que esse jovem rapaz deixou para traz, podemos concluir que ele
desafiou-se, confrontou-se e acredito que em nenhum momento ele se arrependeu.

“The very basic core of a man's living spirit is his passion for adventure. The joy of life comes from our encounters with new experiences, and hence there is no greater joy than to have an endlessly changing horizon, for each day to have a new and different sun.”²

As palavras e frases, pensamentos deixados por ele no decorrer da viagem, não só mostram o êxtase que Alexander Supertramp (pseudônimo adotado por McCandless) ao ver o mundo da forma como ele queria, mas expõe a paixão que ele sentia pelo momento, pelo real carpe diem
O livro apresenta-se como uma análise do caminho percorrido por McCandless, onde ele buscava chegar ao Alasca e lá passar um período em contato com a natureza e nada mais, com perspectivas a partir de todo o material salvo deixado por ele, pelas pessoas com quem ele cruzou nos seus anos de caminhada e da família.

“No longer to be poisoned by civilization he flees, and walks alone upon the land to become lost in the wild.”³

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Na Natureza Selvagem foi também produzido em filme, o que ficou especialmente lindo. Sean Penn dirigiu o filme e fez um ótimo trabalho. A fotografia é algo magnífico, muito bem elaborada, assim como o enredo, e arrisco dizer que foi a melhor atuação de Emile Hirsch, pois ele consegue expôr os possíveis sentimentos de Alex em todas as cenas, e de uma forma, uma riqueza tão imensa de detalhes, que deixa qualquer pessoa emocionada. A romantização da aventura de Supertramp foi bem elaborada, foi um produto para o cinema mas sem deturpar a história e tirar a sua essência, sabe? Manteve a intenção, expôs a alegria, as conexões, a solidão, os pensamentos, as dores, etc.

Gosto particularmente deste livro e desta pessoa que Christopher foi, pois sinto uma afinidade imensa com algumas palavras e sentimentos que ele deixou visíveis em cartas e mensagens durante sua viagem. Não que eu pense em largar tudo, mas as vezes sinto essa necessidade de me isolar, olhar além do horizonte. As leituras apresentadas na história, como Thoreau, London, são muito significantes para mim, meu tipo de leitura favorita, então creio que isto também tenha me atraído para conhecer a história deste jovem aventureiro.

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Cenas do filme Into The Wild

Into the Wild é uma leitura e também um filme recomendadíssimo! É uma experiência para momentos em que tu precise se isolar, para momentos compartilhados, para momentos felizes e também aqueles pequenos momentos depressivos, traz um pouco de tudo.
Devo destacar também a trilha sonora, quase em sua totalidade composta por Eddie Vedder. O álbum é todo magnífico, as trilhas dão um sentimento mais intenso as cenas, e também a leitura, as letras são carregadas de uma interpretação sensível de todos os possíveis momentos experienciados e uma reflexão sobre a natureza, a vida, o destino.

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Eddie Vedder e o diretor de Into The Wild, Sean Penn

 É isso pessoal, espero que tenham gostado e experimentem! 
*¹²³ - Citações de Christopher McCandless

7 comentários:

  1. Eu sempre fico de assistir o filme deste livro mas sempre me esqueço, muitas pessoas me indicaram mas acabo não lembrando. São tantos filmes que quero assistir que sempre esqueço de alguns, minha memoria não é uma das melhores também hahaha. Mas aposto que o livro é melhor, hoje vou na livraria e vou dar uma procurada por ele, ate prefiro ler os livros antes de ver os filmes.

    http://www.leitecombiscoitos.com/

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  2. Olááá Washington, que sdds do seu blog <3 I'm back
    Já ouvi falar demais de Into the Wild, e sempre são coisas boas. Preciso ver esse filme pra ontem. A fotografia dele parece ser ma-ra-vi-lho-sa, e você falando sobre me deixou com mais vontade ainda de ver. O livro deve ser perfeito também... Vou baixar agora mesmo!

    besos ~
    escapis-m.blogspot.com

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  3. Eu vi o filme há muito tempo. Lembro de não ter curtido muito, mas eu não estava curtindo nada maquela época, então acho que totalmente vale uma segunda chance.
    Não passei nem perto do livro, mas gostei do post e me deu vontade de ler, por mais que eu normalmente não goste dos baseados em fatos reais.

    ps: Você também nao gosta de dormir?? Como assim, eu pensei que era única no mundo! kkkk conte-me mais sobre isso

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  4. Olá,
    Não é fácil encontrarmos livros/filmes que se encaixem em todos os momentos. Nessa caso, sempre tinha ouvido falar bem dessa história, mas nunca cheguei a conhecê-la de fato. Quero MUITO fazer isso, ainda mais depois de ler sua resenha.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  5. Um dos meus filmes favoritos no mundo! A definição veio há pouco tempo: acho que não faz nem dois meses que assisti a ele pela primeira vez. Mas é que o cenário, a trilha sonora, os trechos do livros favoritos do protagonista que são encaixados na história, todo emoção que nos é passada... nossa! Acho bem difícil ficar indiferente ao enredo. O melhor para mim foi que, além do "Alexander Supetramp" ensinar, ele aprende também, e muito. Aprende que perdoar é necessário e que felicidade só é completa quando compartilhada. Teria sido bonito se ele pudesse ter reencontrado sua família, afinal, apesar de que estivesse longe de ser perfeita, ela o amava muito.

    Vou anotar a dica de leitura, afinal o longa--metragem eu sei que é ótimo!

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  6. Eu preciso ler e ver esse filme, parece muito bom!

    www.luizlacks.com

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  7. Olá moço! Finalmente eu ganhei vergonha na cara e apareci aqui nos comentários -q
    Lembro que já vi esse filme, mas não sabia o nome porque quando eu assisti tinha só nove anos. Foi numa vez que passou na globo de madrugada, eu não conseguia dormir então vi inteiro, aquele dia foi loco. Eu tenho que ver de novo, porque já faz um bom tempo desde que eu assisti e eu só me lembro de algumas partes, então seria bom rever e absorver todo aquele conteúdo de novo.
    Sinceramente eu nem sabia que tinha um livro, até porque como eu disse, nem sabia o nome do filme. Depois que eu terminar o monte de livro que eu comecei a ler e não terminei eu tenho que ler isso.
    É um daqueles filmes e livros que fazem a gente pensar de montão a cada cinco minutos e que fazem a gente ganhar milhares de novos pensamentos e eu adoro isso ;y;

    Kissus, Folks ~

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